sábado, 5 de julho de 2008

Helenismo - Ártemis






















Tenho andado rodeando Safo e Anacreonte. Este, há mais tempo, essa por agora. Tenho tentado umas traduções, mas a coisa é muito lenta, ainda estou engatinhando o grego. Por enquanto fica um mestre.

de Safo

Em torno à Silene esplêndida
os astros
recolhem sua forma lúcida
quando plena ela mais resplende
alta
argêntea

Morto o doce Adônis,
e agora,
Citeréia,
que nos resta?
Lacerai os seios,
donzelas,
dilacerai as túnicas.
.
(tradução de Haroldo de Campos)

Aqui, a segunda estrofe, em grego:


Κατθνάσκει, Κυθέρη', ἄβρος Ἄδωνις, τί κε θεῖμεν·
καττύπτεσθε κόραι καὶ κατερείκεσθε χίτωνας.


Diz a lenda que Ártemis teria morto a Adônis,
mortal mais amado pela Cíterea
Afrodite de longos cabelos.
O fez por ter a deusa do Amor
matado a Hipólito,
por vingança.

Hipólito, filho do primeiro casamento de Teseu com a rainha amazona Hipólita, era adorador da deusa Ártemis, irmã de Apolo, o Sol, a padroeira das matas e da caça, a Lua. Era ela, também, conhecida pela castidade. Hipólito, assim, devoto da deusa, seguia seus preceitos de vegetarianismo e castidade. Afrodite passou a odiá-lo, pois que o jovem insistia em negar-lhe devoção, nem mesmo simples oferendas. Ele a desprezava.
Pois a deusa do Amor, em vingança, tramou uma situação em que Hipólito, sem o saber, despertou o amor de Fedra, atual esposa de seu pai e, portanto, sua madastra. Esta, outra vítima da Cípria (um dos epítetos de Afrodite), acaba se suicidando, para evitar a vergonha por ter seu amor sido descoberto pelo amado, que o rejeita violentamente, e pela inevitável condição de adúltera diante do marido, Teseu. Antes de se matar, deixa um bilhete, numa plaquinha de madeira, onde acusa Hipólito de tê-la violentado. Teseu, lendo o bilhete, tirado das mãos da esposa morta, infla-se de ódio e indignidade pelo filho e, para não matá-lo, exíla-o da cidade, além de rogar-lhe uma praga de morte, pedida a seu protetor Poseidon, que o atende matando a Hipólito. Ártemis então, revela a Teseu a intriga de Afrodite e promete-lhe, em sua dupla dor, da perda da amada e, da injustiça praticada contra o filho, vingar-se, matando a Adônis, preferido de Afrodite.
A história, do ciclo heróico, faz parte da história da cidade de Atenas, sendo Teseu, um de seus mais conhecidos reis.
O resumo que fiz acima é horrível. A história sempre se repete e, o que conta, é a maneira de contá-la. Por isso os gregos repetiam tantas vezes as mesmas. Aliás, continuam sendo repetidas. A história se repete, repito.
Eu não sou um bom contador, mas para quem se interessar por uma história bem contada, há uma versão online, da clássicos jackson, do "Hipólito" de Eurípedes, aqui.
E da "Fedra" de Racine, da mesma coleção, aqui.
Ambas em português.

Mais uma postagem abobrinha.

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