terça-feira, 28 de julho de 2009

procrastinando

Estou ácido. Vem do estômago.

O alvo certo






















É evidente que a mídia, e aqueles que a controlam, juntamente com a igreja, a indústria bélica e o mercado financeiro são o que existe de mais pernicioso, nefasto e hediondo no planeta. Mas insistir em questionar a mídia é tolice. Procurar cada notícia-zinha mal-intencionada e denunciá-la é meio doentio. Só faz é chamar mais atenção sobre ela, a mídia, e dar-lhe mais força. Penso que esse questionamento deveria ser mais criterioso. Mas existem pessoas que estão jogando suas fichas contra essa estrutura mais no intuito de se alimentarem dessa prática do que propriamente acabar com a mídia golpista. Sem essa mesma mídia essas pessoas não teriam contra quem lutar, não é mesmo? Tem gente (boa gente) que precisa de algo contra que lutar para viver.
É óbvio, também, que o poder dessa mesma mídia vem recrudescendo nos últimos tempos. Carece mais de eliminar o poder da igreja, que é quem mina a autoconfiança das pessoas e as faz acreditar mais em poderes exteriores a elas mesmas.

domingo, 26 de julho de 2009

Kalos kai agathos

O Galo perde para os times "pequenos". O Galo é bom, belo e pratica o bem:
καλός καi αγαθός.
Mas com os grandes é diferente.
O Flamengo que se cuide.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Antígona













Como estou de férias, tenho andado com muitas horas vagas. Decidi ler a Antígona no original. Adoro a audaciosa mocinha! E está sendo na base (para não estressar que não sou tão fanático assim) de uma estrofe por dia. Hoje li a primeira. Um projeto para um ano? Vou tentando fazer minha própria tradução. Não posso, é claro, dispensar as boas traduções. Por enquanto vou sendo luxuosamente auxiliado pelo Poeta Guilherme de Almeida, em uma tradução sua, diretamente do original sofocliano, que é linda e que encontrei na Estante Virtual em forma de libreto para uma peça encenada em 1952 no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, com figuras como Ziembinski, Sérgio Cardoso, Paulo Autran e Cacilda Becker no papel de Antígona. Um libretinho, custou cinco reais e vocês não vão encontrar essa 'transcrição' - como a chamou o poeta - facilmente por aí. Tenho uma outra, do Millôr Fernandes, mas que é feita de alguma edição francesa. Não sei se ajuda esta última ou se atrapalha. De qualquer forma, serve para mostrar que as traduções têm suas diferenças e o melhor mesmo é ler a obra no original. Se não, vejamos a primeira estrofe:

com o Millôr:

Antígona

Ismênia, minha adorada irmã, existe ainda alguma desgraça que Zeus não nos tenha infligido por sermos filhas de Édipo? Tudo quando é doloroso e funesto, tudo quanto é infame e vergonhoso caiu sobre as nossas cabeças sem diminuir a fúria desse deus. Da estirpe orgulhosa e sofrida de Laio, resta só nós duas. E agora, essa proclamação que nosso comandante lançou a toda Tebas. Que sabes dela? Ouviste alguma coisa? Ou ignoras que os que amamos vão ser tratados como inimigos?

com Guilherme de Almeida:

Antígone

Ó meu próprio sangue, Ismene, irmã querida,
que outros males Zeus, da herança infanda de Édipo
há de nos mandar enquanto formos vivas?
Não existe dor, maldição, ignominia,
ou desonra, que eu não tenha visto ainda
figurar no rol dos teus e dos meus males.
E êsse nôvo edito agora proclamado
pelo chefe contra esta cidade inteira?
Não ouviste nada? ou ignoras que bem pode
a amigos ferir o mal feito a inimigos?

A tradução, provisória, e que faço a mais literal possível:

Antígona

Ó tu, pessoa de meu mesmo sangue, Ismene, irmã-zinha,
então, não supões que males mais, dos que vem de Édipo,
trará Zeus a ambas enquanto vivermos?
Pois não há tormenta, maldição, vergonha ou
desonra, espécie alguma de males que eu
não tenha visto desabar sobre as vidas tua e minha.
E agora, novamente, o que dizem do injurioso proclame
feito pelo comandante à toda a cidade?
Diga o que a esse respeito ouvistes !?
Ou ignoras que males feitos aos inimigos
são para os amigos que chegam ?

Como diz o Luciano, é mais para salvar o blog.

PS. Ah, o original:
Ἀντιγόνη
ὦ κοινὸν αὐτάδελφον Ἰσμήνης κάρα,
ἆρ᾽ οἶσθ᾽ ὅ τι Ζεὺς τῶν ἀπ᾽ Οἰδίπου κακῶν
ὁποῖον οὐχὶ νῷν ἔτι ζώσαιν τελεῖ;
οὐδὲν γὰρ οὔτ᾽ ἀλγεινὸν οὔτ᾽ ἄτης ἄτερ
οὔτ᾽ αἰσχρὸν οὔτ᾽ ἄτιμόν ἐσθ᾽, ὁποῖον οὐ 5
τῶν σῶν τε κἀμῶν οὐκ ὄπωπ᾽ ἐγὼ κακῶν.
καὶ νῦν τί τοῦτ᾽ αὖ φασι πανδήμῳ πόλει
κήρυγμα θεῖναι τὸν στρατηγὸν ἀρτίως;
ἔχεις τι κεἰσήκουσας; ἤ σε λανθάνει
πρὸς τοὺς φίλους στείχοντα τῶν ἐχθρῶν κακά;

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ai que saco!

Não tenho nada para dizer.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

provérbios gregos e latinos















Τυφλοῦται περὶ τὸ φιλοὺμενον ὁ φιλῶν.

Qui amat, circa rem amatam caecus redditur.

Cega-se aos pés do amor o amante.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tadinhos

Uma postagem maldosa de quem não tem mais o que fazer nem o que dizer. Mas ontem voltei para casa pela Pedro II, que estava uma zona, com eles desfilando bandeiras e buzinas aos montes. Um, motociclista, passou por mim com uma bandeira amarrada à garupa da moto e deu um nó cego fazendo uma conversão proibida. Deu azar, a bandeira enganchou na árvore do canteiro central e caiu esparramada sobre o esfalto. Pensei: mau sinal...
Tadinhos.

sábado, 4 de julho de 2009

Le Notti Bianche















Um filme belíssimo. Direção de Luchino Visconti. Com Maria Schell, Marcello Mastroanni e Jean Marais. Todo rodado em estúdio. Visconti mandou reconstruir um bairro da cidade de Livorno, inclusive com seus canais, para a filmagem. O cenário e a fotografia (preto e branco) são simplesmente magníficos. O roteiro é baseado no conto homônimo de Dostoievsky: Noites Brancas em português. Todas as cenas são noturnas. O enredo é simples: Mario, homem pobre, recém chegado à cidade de Livorno para trabalho, é triste e, praticamente, só convive com a família do patrão. Em uma noite, em que vaga solitário pelas redondezas, conhece Natalia e se apaixona por ela. Natalia não corresponde ao amor, pois já está enamorada de outro, mas dedica-lhe uma amizade. O outro, a quem Natalia ama, está ausente e a trama toda gira em torno de seu retorno. Enquanto tal não acontece, Mario tenta conquistar Natalia.
Aqui, no blog do Leandro, ele faz uma bela resenha.

Filme de arte, sensível, para almas sensíveis. Altamente recomendado.

Ah velho Fiodor e suas loucas mulheres, como deves ter tu vivido para poderes engendrar tantas Natalias e Nastacias e Aglaias e Grushenkas! Diz-se mesmo que eram todas uma só.

Agora tenho que ler o livro.

Provérbios gregos