domingo, 30 de maio de 2010

Gravuras para "Os Miseráveis"

Eis que o contingente maior de visitantes do blog é por conta de uma velha postagem que fiz após ler "Os Miseráveis". Foi uma análise mais ou menos longa mas despretensiosa; desconfio muito de minha capacidade. Mas o pessoal sempre passa por aqui atrás de alguma coisa sobre o livro. Uma coisa que me esqueci de postar, quando da ocasião, foi o link para a página na internet onde consegui as imagens que utilizei. Fica aí, são centenas de ilustrações para dezenas de edições:

http://www.pontauchange.com/Gallery/gallery.html

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Poema pequeno

Tenho tentado crer
no meu amor por mim
só nos poemas, fingindo.
Mas ao menos me obriga
ao exercício diário da
compaixão.
Tudo tão difícil anda:
saúde, profissão, amor...
tudo falta.
Como se faz hein?

terça-feira, 25 de maio de 2010

Variação para uma ode de Ricardo Reis

Que calma aflição
silencio!...mágoas!?...
te não quero.
Nem a mim,
que antes amo mais
se anchas
são a dor e a solidão.
Que cuidem de se querer!
Amo-te, pois em ti me vejo.
Não me amas,
não te vês em mim.
Estrangeiro sou.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A caso Irã

Não passa de mais uma farsa protagonizada pelos Estados Unidos e seus lacaios europeus. O verdadeiro motivo das sanções é o interesse no petróleo do Oriente-Médio. A farsa seria ridícula, não fosse a tragédia de milhões de mortes no Iraque, Irá e Afeganistão.

Coisas do Brasil

Para renovar minha habilitação para direção de veículos automotores despendi algo em torno de 90 reais. Metade para a confecção da carteira e a outra metade pelo exame médico. A carteira é um pedaço de papel que, sob qualquer critério, jamais poderia custar 45 reais; só se fosse de folha de ouro. Os outros 45 reais que paguei pelo exame médico, que durou cinco minutos, eu gasto, para ganhá-los, duas horas e meia dentro de sala de aula com adolescentes semi-bárbaros.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Kerouac

my beloved who wills not to love me:
my life which cannot love me:
i seduce both.

she with my round kisses...
(in the smile of my beloved the approbation of the cosmos)
life is my art...
(shield before death)
thus without sanction i live.
(what unhappy theodicy!)

one knows not-
one desires-
which is the sum.

a translation from the french of jean-louis incogniteau*
allen ginsberg
*(kerouac translated by ginsberg)

minha amada que não quer me amar:
minha vida que não me ama:
Seduzo as duas.

ela com meus beijos redondos...
(no sorriso de minha amada a aprovação do cosmos)
a vida é minha arte...
(proteção face a morte)
assim sem sanção eu vivo.
(que infeliz teodiceia!)

que não sabe-
que deseja-
o que é o soma.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Futebol

Como não tem muito jeito nem de ler nem de dormir em dias de jogos como os de ontem, vou fazer uns comentários hoje sobre o futebol.
Há quarenta anos que torço para o Atlético. Foi meu pai que mo ensinou. Uma das muitas heranças ruins que o velho me deixou. Desculpe a franqueza, pai, donde quer você se encontre.
Digo ruim porque é um sonho impossível.
Faz mais de vinte anos que deixei um pouco de lado as agruras de torcedor fanático, daqueles de brigam por causa do time. Aqui em Minas, discutir com os cruzeirenses virou há muito uma palhaçada. Os torcedores do time da Toca conseguem ser ainda mais estúpidos que os alvi-negros pois demonstram sentir mais prazer nas derrotas do Galo do que nas vitórias de seu time.
Há uma elite no futebol brasileiro e o Galo nunca esteve nela. Minto, talvez ali entre 1970 e 1977.
Aliás, esse ano de 77 foi o marco de uma transformação sofrida pelo clube. Dali em diante foi construindo seu caminho rumo ao fracasso que o caracteriza desde então. Nunca mais se recuperou da derrota para o São Paulo.
Vou relacionar, sem muita preocupação de rigor com estatísticas oficiais e pode ser que não seja a mais correta, como entendo os times brasileiros.
A elite tem: Flamengo, Vasco, Corínthias, São Paulo, Palmeiras, Santos, Internacional, Grêmio e Cruzeiro, todos times com três ou mais títulos nacionais e internacionais.
Num segundo grupo vêm: Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Guarani, Bahia e Sport, todos uma vez campeões do campeonato brasileiro. Acho que alguns ganharam também a copa do Brasil.
No caso do Galo eu vejo um problema de natureza quase irreversível porque essencial. Se a gente pergunta qual é a essência de um time, as pessoas normalmente vão buscar o coração do time. Quase sempre elege-se para isso um jogador, mas pode ser também mais de um, ou um esquema, ou mesmo o técnico.
Mas não é. Jogadores, esquemas, técnicos vão e vêm. E o que fica?
A torcida, claro. É ela a essência do clube.
No caso do Galo a torcida é a grande responsável pelo seu fracasso.
Eu acho que tem a ver com uma certa burrice fanática de estar sempre apoiando o time, mesmo quando ele mostra não merecê-lo. E tem também um certo masoquismo. Excetuando-se os casos de influência familiar, quem decide torcer espontaneamente por um time perdedor só pode gostar de sofrer, né?
Então me parece que está entranhado na essência, no âmago do clube, o fracasso. É por isso que, mesmo tendo um time competitivo, só conhece derrota. É por isso ( e é claro que foi fundamental o auxílio dos juízes) as derrotas sofridas ante o Flamengo nos saudosos idos de Reinaldo e Cerezo. Aquele time era mais que competitivo e, ainda assim, escreveu a sina do perdedor. Foi para a panela.
Como ontem.
E aí ficamos posando de time grande face ao arqui-rival, que há muito nos deixou para trás.
Mas eles acham ótimo que nos comportemos assim:
Têm um rival à altura, na pose, para que possam se deliciar curtindo com a nossa cara, já que no campo não há rival algum, são infinitamente superiores.
E a Libertadores está aí para maiores divertimentos.
Já o campeonato brasileiro começa no Domingo para mais um sonho impossível da torcida do Atlético.
Mas está tudo no seu lugar: Vencer é o nosso ideal!

Ps. Não se enganem torcedores, o Luxa vai guardar a grana que vocês dão para no Mineirão e o Galo vai embora mais cedo como dita a tradição.
Não é culpa do Luxa, é claro.

Provérbios gregos