terça-feira, 16 de dezembro de 2008

sobre o aborto

Uma reportagem importante sobre um têma polêmico e que precisa ser retirado da esfera da moral, hipócrita já se vê, como tudo que parte da igreja católica, que, como sabe até o meu cachorro, não tem moral alguma, depois de ter torturado e mandado à morte milhares, se não milhões de seres humanos, particularmente mulheres.
Da carta capital:

A missão de lidar com algo condenado à marginalidade ganhou contornos surreais no episódio de Campo Grande (MS). Insuflados por uma reportagem veiculada pela afiliada da Rede Globo, a revelar a existência de uma clínica que praticava abortos na cidade, o promotor Paulo Cezar dos Passos, a delegada Regina Márcia Mota e o juiz Aluízio Pereira dos Santos travaram uma batalha sem precedentes contra quase 10 mil mulheres, todas acusadas de praticar aborto.

Após a veiculação da reportagem, em abril de 2007, o Ministério Público denunciou as 9.896 mulheres, cujos prontuários médicos foram apreendidos na clínica. Em novembro, o juiz determinou o arquivamento de 7.698 fichas nas quais não havia “fortes indícios” de aborto ou o registro era mais antigo do que a prescrição do crime, que é de 8 anos. Após essa triagem, cerca de 1,5 mil mulheres estão sendo indiciadas por crime de aborto. Cento e cinqüenta já foram investigadas e, até o momento, perto de 50 foram convocadas e aceitaram um acordo que propõe a suspensão do processo em troca do cumprimento de condições, sendo o trabalho comunitário em creches e instituições carentes uma das opções.

“Meu objetivo não é perseguir mulheres, mas não posso prevaricar”, argumenta Santos, de 45 anos, 11 como juiz. Ele se declara um católico que vai à igreja em batizados e casamentos. “Não sou tão ativo como disseram.” Santos considera-se injustiçado pelo teor das reportagens veiculadas sobre o caso, “um monte de absurdos”, e discorda das críticas que recebeu, de defensores dos direitos das mulheres, de que enviar acusadas de aborto para trabalhar em creches é uma forma de tortura psicológica. “Na minha visão, é uma oportunidade para a mulher que cometeu aborto ver como outras conseguem criar os filhos, apesar das dificuldades, e refletir. Jamais imporia uma situação humilhante”, sustenta. Ele credita todas as atitudes tomadas à letra fria da lei, e não esconde o cansaço com o tema. “No dia que o aborto deixar de ser crime, ótimo, menos perturbação na minha vida.”

continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Provérbios gregos