sexta-feira, 24 de abril de 2009

Olhos e ouvidos atentos!

Não é de hoje que todos já se deram conta da crescente esquerdização da América Latina. Talvez fosse o caso de utilizar-se expansão da consciência dos povos latino americanos, que de alguns anos para cá, vêm elegendo governos muito mais identificados com os mais pobres do que com as elites seculares, como têm sido os nossos governantes tradicionalmente. As nossas elites, acostumadas a exercer o poder e os privilégios feudais já há muito tempo estão desesperadas, na medida em que possa ser possível a alguém com uma conta bancária de milhões de dólares estar desesperado. Mas estão. Percebem que o osso, que sempre lhes pertenceu exclusivamente, está sendo partilhado por outros, indesejáveis. O que se está fazendo por aqui, ou melhor, o que estamos fazendo nós, cidadãos e sujeitos históricos, é uma espécie de revolução. Ainda que lenta, moderada, pacífica, uma revolução. Como dizia Michelet: "A reação da equidade, o advento tardio da justiça eterna."
Mas os privilégios ainda estão aí. Eles detêm o quarto poder da imprensa. A mesma imprensa que os derrubou há 220 anos atrás, agora é utilizada por eles para se perpetuarem. Eles aprendem rapidinho a se utilizarem das armas de seus inimigos. Detêm, também, a maioria nos legislativos e judiciários. E por isso, as tentativas de golpes. Elas se sucedem em velocidade impressionante. Os golpes não são apenas contra os governos democraticamente eleitos, como aconteceu e acontece diariamente em Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil e, agora, no Paraguay. Os golpes também são praticados na intenção de destruir o futuro possível e provável contra os seus interesses. Então, atacam o potencial.
Muitos temem esses golpes. De fato, ainda é assustador, principalmente para nós que vivemos os estados policialescos. Temos lembranças tristes da ditadura. Para alguns, pesadelos.
Mas a situação, a meu ver, agora, é diferente por demais. Há aqueles, sem dúvida, dentre o povo, que se deixam levar pelas mentiras da imprensa. Mas são poucos, penso eu. Há um entendimento e uma sabedoria que a pessoa comum desenvolveu nos últimos anos que são claras. Não o fosse, não teríamos Mandela, Chaves, Morales, Lula, Lugo, Barchelet, Kirchner, Obama e muitos outros líderes, e não apenas nas Américas, a defender uma mudança efetiva no centro, na distribuição e no equilíbrio do poder no mundo. As pessoas estão mais conscientes. O suficiente para deixar os velhos privilegiados assustados. Mesmo porque, com o advento da internet, suas falcatruas são desmascaradas com muito mais rapidez. E ainda que consigam botar panos quentes, como sempre o fizeram, fica a má impressão desconfortável. Como o sorriso azedo do Gilmarzinho anteontem após tomar aquela lavada.
Porém, é preciso não descuidar-mos. Vamos fazendo a nossa parte de ir clareando as coisas. Aqui, na web, vou reproduzindo as notícias importantes. Tanto as positivas a favor das mudanças, que são sonegadas pela imprensa marrom que nos domina, quanto as negativas contra esta mesma imprensa e seus donos, os verdadeiros donos dos privilégios, os coronéis, ervas daninhas deixadas há séculos ainda em sementes pelos "brancos de olhos azuis".
E vamo-nos, também, informando ao redor, no mundo diário que nos cerca e em que vivemos. Levo o debate nas escolas em que trabalho. Uma professora colega, ontem, logo cedo, ainda na mesa do café, antes do início das aulas, me perguntou sobre o caso do dia anterior entre os ministros do STF: O que foi aquilo, quem estava com a razão? Perguntei-lhe se ela havia visto a notícia no bom dia Brasil? Ela responde que sim. Então expliquei-lhe a situação, quem era um, quem era o outro. Ela entendeu direitinho. Ela já sabia, mas a globo...este câncer ainda atrapalha muita gente.
Camaradas, olhos e ouvidos atentos!

Um comentário:

  1. O Joaquim é O cara, vibrei com ele. Sim, lentamente, meio que por baixo das entrelinhas, o povo vai entendendo sim. A Globo ja está perdendo feio pra internet, só ficou mesmo com a telinha o povo que infelizmente não tem acesso digital. Ainda.

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