domingo, 22 de março de 2009

Poema livre

Sob as brancas e distantes nuvens
cor de cinza os longínquos urubus
passeiam.
Por trás ainda o céu azul e, além
dele, o mistério faz sua corte, caindo ante nós
de tal maneira qual
nem o finado Luis XV sabia fazê-lo,
dobrando uma das pernas e trazendo a cabeça
rente ao chão,
sedutor monarca.
O que não o impediu de morrer
desgraçadamente, apodrecendo aos poucos,
dia-a-dia, como diziam as más linguas do
cheiro que até a Du Barry tinha
dificuldade em aguentar.
E agora os brancos urubus passeiam sob
as brancas e amarelas e verdes nuvens
azuis
novamente.

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Provérbios gregos