quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Quando nasce um italiano

Como diz o Mino Carta, é até do conhecimento do mundo mineral que o Sr. Berlusconi não é exatamente uma alma pura. Mamãe costumava dizer que italiano, quando nasce, a gente joga na parede. Se grudar é músico, se bater e cair é ladrão. Sem querer ofender aos italianos, mas já ofendendo - pelo menos os que não grudam - fico pensando no porquê de ditados como esse.

Nos meus sonhos de consumo de uma viagem à Europa a Itália está fora. Pelo menos a princípio. Quer dizer, excetuando-se a Sicília, não tenho interesse pelo resto. O engraçado que justamente a terra da máfia. Mas não, a Sicília interessa-me pelas ruínas helênicas, as mais bem preservadas da antiga Hélade.

Aliás, a Europa vale mesmo pelas suas ruínas e suas velharias. Adoro. Uma ruína é como um bom livro, desperta nossa imaginação. Fica-se ali pensando em tudo aquilo ainda vivo, com pessoas circulando ao redor, crianças correndo, declarações de amor, crimes, debates, revoluções.

Mas o mais louco não é imaginar aquele mundo desaparecido por debaixo de velhas pedras amontoadas. O mais louco é o mundo desaparecido debaixo de debaixo do que deixou suas marcas. Explico. Vamos pegar um só exemplo. Há muitos outros. Em Túnis, capital da Tunísia, há um bairro onde situa-se as poucas ruínas da antiga Cartago. Bem, em verdade, são as ruínas da Cartago Romana, aquela construída sobre a cidade arrasada por Cipião. A verdadeira Cartago, se podemos assim falar, está irremediavelmente desaparecida. O mais fascinante é a ausência completa de algo que, sabemos, um dia esteve ali. Ali é o espaço pleno da imaginação.

Comecei uma postagem para falar do problema diplomático com o governo italiano e acabei puxando a sardinha para os meus gostos pessoais. Não tenho nada contra o país Itália. E é claro que, podendo, visitá-lo-ei um dia. Mas não faz parte de meus sonhos de consumo, já disse.

E esse imbróglio todo do asilado italiano só serve para mostrar:
1- pela quinquagésima milionésima vez que os donos dos jornalecos tupiniquins não gostam do Brasil apesar de morarem aqui;
2- que, agora, quem manda no Brasil são os brasileiros e
3- que se se jogar o Berlusca na parede, bate, escorrega e sai correndo, como já do conhecimento do mundo mineral.

P.S. Mino Carta é italiano.

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