domingo, 4 de maio de 2008
O labirinto do fauno
Já que estamos em Espanha, vamos de cinema espanhol. "O labirinto do fauno" é um filme muito interessante. Como toda boa obra de arte, não se contenta em contar apenas uma história, mas muitas. Recheado de alegorias e metáforas, agrada a sonhadores e realistas pragmáticos. Quero dizer, tanto se pode seguir uma história real, onde em meio à uma situação de guerra, tudo parece sem sentido e sofrível, quanto se pode seguir com as fantasias da personagem principal em seu mundo de fadas, faunos, princesas e mundos encantados. Fantasias que, note-se, não a ocupavam o tempo todo e que podiam não ser tão fantasiosas assim. Não se pode dizer qual é o fio verdadeiro da história. E é precisamente nisto que se encontra a grande qualidade do filme: misturar, com inteligência, fantasia e realidade. Então temos eros e psiquê, mundos subterrâneos, reinados encantados, imortalidade, Freud, feminismo, magia, fascismo, helenismo, história de Espanha, patriarcalismo, e outras coisas mais misturadas em um mesmo caldeirão. E é isto, caros leitores e leitores que, em minha modesta opinião, consiste uma boa obra de arte, uma síntese equilibrada de coisas diferentes. Aqui se tem uma análise do filme muito mais interessante e competente que a minha. Mas assistam, apesar de aparentemente triste, nos transmite uma possibilidade maior. Boa arte, bom cinema. Recomendo.
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