segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Remoendo

Eu sou professor. Estou em contato diário com a juventude popular brasileira. A maioria é idiota até o osso. Idiota quero dizer não a doença, não o boçalismo natural, mas a idiotia provocada pela falta de educação pura e simples. Falta de educação de berço associada à triste educação que oferecemos em nossas escolas. Eu entendo porque a elite odeia o povo. É por causa dessa idiotia. Qualquer imbecil que faz um comentário estúpido é aplaudido pela turma. Hoje fui tratado com deboche porque expliquei a uma aluna que, se ela lê-se um pouquinho mais, não teria me perguntado se a palavra que escrevi no quadro era eu ou au. Não precisa explicar, né? Uma aluna de oitava séria e de dezesseis anos de idade. Essa gente trata mal quem os quer ajudar. Tem me faltado compaixão.
O bolsa-família precisa considerar o rendimento escolar do aluno. Estar na escola já não deve ser mais o suficiente para receber o benefício. Tem que tirar notas boas. Tem que estudar e parar de considerar a escola mero lugar de recreação.
Rezo para que toda essa história do pré-sal funcione e que esse dinheiro possa ser, efetivamente, aplicado para a elevação moral e cultural do povo brasileiro. Mas tenho lá minhas desconfianças: Trabalho há anos para governos do PT. Gente, de coração, não são muito melhores que a direita! Aprenderam a lição completa. E como muitos dos que estão nos maiores escalões vieram de movimentos populares, sabem por experiência própria as técnicas de engodo e manipulação desses mesmos movimentos populares. Mas vamos dar mais um crédito. O que mais?
Acho que se eu não abandonar logo o magistério vou adoecer.
Obs. Também tem cada professor...

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domingo, 30 de agosto de 2009

O Petróleo é nosso!



















A descoberta das reservas de petróleo na camada do pré-sal muda radicalmente a posição que o Brasil ocupa no cenário mundial. Mais do que a auto-suficiência, as reservas poderão tornar o país um dos maiores produtores de petróleo.

A novidade coloca o povo brasileiro diante de uma encruzilhada: construir um projeto político de soberania nacional e popular ou continuar sendo fornecedor de riquezas naturais ao capital internacional? Leia e ouça agora os programas da série especial “O petróleo tem que ser nosso”, produzido pela Radioagência NP.

Radioagência Notícias do Planalto

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

provérbios gregos


















(Arte egípcia - cenas de trabalho)


Ὁ κόσμος σκηνὴ, ὁ βίος πάροδος, ἦλθες, εἶδες, ἀπῆλθες.

Mundus scena, vita transitus, venisti, vidisti, abisti.

O palco do mundo, a estrada da vida: vem, vê e vai.

(reunidos e traduzidos para o latim por Apostolius - séc. XV)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Scuola metafisica"

Um texto de um pintor de quem gosto muito.

O DESEJO DA ESTÁTUA

"Quero estar só a qualquer preço", disse a estátua de olhar eterno. Vento, vento que refresca minhas faces em fogo. E a terrível batalha começou. Cabeças quebradas caíram e crânios brilharam como se fossem de mármore.
Fugir, fugir para a praça e a cidade radiante. Atrás, demônios me chicoteiam com toda força. Minhas pernas sangram horrivelmente. Ah, a tristeza da estátua solitária ali! Beatitude.
E nenhum sol, nunca. Nunca o consolo amarelo da terra iluminada.
Ela deseja.
Silêncio.
Ela ama sua alma estranha. Ela conquistou.
E agora o sol parou, alto, no centro do céu. E em eterna felicidade a estátua mergulha a alma na contemplação de sua sombra.
Há uma sala cujas cortinas estão sempre fechadas. Num canto, um livro que ninguém nunca leu. E na parede um quadro que não se pode ver sem chorar.
Há arcadas na sala onde ele dorme. Quando a noite vem a multidão reúne-se ali com um zum-zum. Quando o calor é tórrido ao meio-dia, ela vai para lá, ofegante, buscando a fresca. Mas ele dorme, ele dorme, ele dorme.
Que aconteceu? A praia estava vazia e agora vejo alguém sentado ali, numa rocha. Um deus está sentado ali, e ele contempla o mar em silêncio. E isso é tudo.
A noite é profunda. Agito-me em minha cama escaldante. Morfeu me detesta. Ouço o som de uma carruagem distante aproximando-se. Os cascos de um cavalo, um galope; o barulho explode e desaparece na noite. À distância uma locomotiva apita. A noite é profunda.
A estátua do conquistador na praça, sua cabeça nua e calva. O sol por toda parte. Por toda parte as sombras consolam.
Amigo, com olhar de abutre e boca sorridente, um portão de jardim te faz sofrer. Leopardo enjaulado, andas pela tua jaula e agora, sobre teu pedestal, na pose de um rei conquistador, proclamas tua vitória.

Giorgio De Chirico

(in Teorias da arte moderna, Chipp, Scuola metafisica, Martins Fontes, São Paulo, 1993)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Poesia






















Giorgio De Chirico



Partiste
à nova vida rumo.
De comum agora a lembrança.
Vivo mal assim e a criança
está perdida.

Ultrasonografias levam
do peito formas, mas
não revelam teus amores
e, igualmente, nem as dores
se desvelam.

Triste, porém, sempre fico,
o que dizer da vida
plena,...os mistérios?
Hei quê de fazer agora?
_À despedida!

Rápido o fato se faz
e só no tempo haverá
sentido.
Saudade, palavra
de assombrar.
Tenho ido.

sábado, 15 de agosto de 2009

provérbios gregos e latinos

Γῆρας δίδάσκοι πάντα, καὶ χρόνου τριβή.

Senectus, et longa temporis mora docent omnia.

Velhice e longo tempo, professores de tudo.

Em meio às ruínas

sábado, 8 de agosto de 2009

provérbios gregos e latinos

Ὄφις εἰ μὴ φάγοι ὄφιν, δρἀκων οὐ γενήσεται.

Serpens nisi serpentem edat, non fiet draco.

Se a serpente não comer a serpente, não se tornará em dragão.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A corte

Durante a revolução, a corte de tudo fazia para impedi-la de continuar o seu caminho. Utilizava-se da imprensa e de seus representantes na Assembleia; armava a contra-revolução. A igreja inventou a Vendeia, a aristocracia Valmy. Não houve jeito, a revolução vingou. Imperfeita, mas vingou. Não fossem as armações da corte, não teria havido o 2 de setembro, nem a Vendeia, nem Valmy, nem o 93. A corte vivia em outra dimensão, em outro tempo. Ela atirou no próprio pé, cortou a própria cabeça. Dumas brinca de atribuir ao rei o desenho triangular em diagonal da lâmina de Guilhotin. Originariamente, era em meia-lua, não cortava direito. Luis XVI brincava de serralheria, a rainha de Maria Teresa. O tempo é onde está a maior parte da consciência humana. A corte não se dá conta disso.

o senado

Ontem assisti uma parte dos debates do senado. Fiquei pensando em como podemos gastar tanto dinheiro para sustentar uma casa e indivíduos como aqueles. Para que serve aquilo, senão atravancar o progresso?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A igreja de ontem e os privilégios de sempre











No antigo regime, o clero possuía um quinto das terras do reino. Possuía? Não, era depositário de bens que pertenciam à nação, ao povo. Em verdade não era o clero como um conjunto que detinha esse patrimônio, eram os poucos grandes dentre eles: o alto clero. A revolução, a Assembléia Nacional decidiu vender esses bens como hipoteca para o papel moeda que era lançado - as assignats - para substituir o metal precioso. Michelet, que foi um historiador brilhante, mas parcial, convenhamos, falou um pouco sobre isso na sua História da Revolução Francesa:

"...O arcebispo de Aix, em um discurso choroso, cheio de lamentações infantis, descosidas, perguntou se teriam a coragem de arruinar os pobres, retirando do clero o que lhe foi dado para eles, Arriscou o paradoxo de que a bancarrota se seguiria infalivelmente à operação destinada a evitar a bancarrota. Acusou a Assembleia de ter tocado no espiritual, declarando nulos os votos, etc., etc.
Enfim, chegou a oferecer, em nome do clero, um empréstimo de quatrocentos milhões, hipotecados sobre seus bens."

Um pouco antes, em dezembro de 89, logo após um decreto que destinava os bens do clero à nação, a Assembleia havia decidido outro decreto onde destituía o clero enquanto ordem.

"...Ao que Thouret (um dos deputados) respondeu, com sua fleuma normanda: "Oferece-se em nome de um corpo que não existe mais..." E ainda: "Quando a religião vos enviou ao mundo, disse-vos: 'Ide, prosperai e fazei aquisições?..."

4 de Agosto

Em 1578, El Rei Dom Sebastião desaparece nas areias de Alcácer-Quibir; o império português se desmorona.
Em 1789, há exatos 220 anos, a Assembléia Nacional vota o fim dos privilégios de classe e de província. É o primeiro passo para a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Dá-se início à derrocada dos poderes do clero e da nobreza. A monarquia francesa à beira do abismo.

Sobre a Europa de hoje

A guerra

Essas coisas precisam ser divulgadas. As televisões editam e oferecem versões que atendam a seus interesses. O vídeo do youtube abaixo também é editado, mas quem quiser pode encontrar aqui no Nassif a obra completa. Cada um qu tire sua própria conclusão.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Prorrogando o recesso

Graças à chamada "gripe suína" mais uma semana de descanso.

Provérbios gregos