sábado, 24 de maio de 2008

eu em eleusis

Coletor(ô) adj. 1.Que coleta. 2. V.compilador.*sm. 3 Aquele ou aquilo que coleta. 5. Aquele que lança ou recebe coletas. 6. Elétron. Eletrodo que coleta elêtrons 7. Elêctron. Num transistor bipolar, região que forma uma junção PN com a base(8), da qual recebe portadores majoritários, através da junção polarizada inversamente.

Vocês entenderam? Eu não.

Talvez assim:

ceifar v.t.d. 1. Abater (seara madura com a foice ou outro instrumento. 2. Cortar. 3. Arrebatar (a vida). 4.Tirar a vida a. Int. 5. Cortar as espigas maduras.

Ou Bruegel,

Gaia e o Brasil




Em meus tempos de Umbanda ouvia que devia me acautelar com as energias femininas, tais quais as da lua cheia, de Oxum, da Nossa Senhora do Rosário, e outras. Dizia-se que poderia nos efeminar. Na época obedecia. Depois compreendi que qualquer religião que trabalhe com o medo não pode estar realmente sintonizada com o tempo do agora. É bastante claro hoje para mim que o maior problema que a humanidade enfrenta é a opressão do feminino. Vejo isto facilmente tanto no macro como no micro. Os Estados Unidos e sua masculinidade exagerada (vide seu cinema onde não se passa 30 segundos de quaisquer filmes sem que aparece uma arma de fogo) estão sendo colocados em xeque com a oportunidade de mudar esta tendência, caso elejam Barak Obama, que qualquer um percebe, trás uma energia feminina de diálogo e compreensão, e o que é até estranho, até mais significativo que a da própria Hillary, que é mulher. Interessante. No nível do micro está lá em minhas salas de aulas onde 99% dos problemas frutos da ignorância, do egoísmo e da violência veem dos jovens rapazes. Falta-lhes, visivelmente, um pouco de sensibilidade. E o pior que não sabem disso e nem querem saber.
Gaia não é apenas um substantivo feminino como também se relaciona com o feminino como sabemos desde os tempos anteriores ao surgimento do Deus pai, do patriarcalismo, da propriedade privada, da agricultura e de tudo aquilo que propiciou ao homem - o indivíduo masculino - possuir o feminino: a mulher e a terra. Até o meu cachorro sabe as coisas terríveis que foram feitas neste mundo por causa da posse da terra e da mulher. E a Ilíada é um ou o primeiro relato desta história.
Há um beleza nessa história. O drama humano teve - e, infelizmente para mim, ainda tem - uma beleza. Nossas história mais belas retratam este drama. Durante um tempo, talvez, tenha sido necessário que as coisas se configurassem assim. A gente pode pensar na personagem da mitologia perseguida pelo moscardo de Hera, Io, que fugindo percorreu todo o mundo conhecido, e que se costuma interpretar como uma simbologia da lua, e portanto do feminino, mas também como uma simbologia deste mesmo feminino, a humanidade inteira, percorrendo o planeta em busca de um lugar e um tempo onde possa descansar as suas dores.
Mas hoje as coisas chegaram a um ponto em que é preciso que haja uma revolução. A posse da terra já não é mais possível apenas para poucos. Se alguns - estes mesmos proprietários de terras - querem internacionalizar a Amazônia como patrimônio da humanidade, então temos que fazer o mesmo à ilha de Manhattan, ao Paris, aos desertos Australianos, ou ao que resta da floresta negra na Alemanha, ou ao canion do rio Colorado, ou a tantas coisas mais que podem e devem também ser internacionalizadas se formos pensar em termos de patrimônios da humanidade. Leiam o texto de Cristóvão Buarque.

E St. Germain, no Brasil:

..."Os seres humanos se esqueceram de como cuidar de sua Casa chamada Planeta Terra, tendo suposto que tudo sempre funcionaria bem e as coisas se resolveriam, mas vocês estão se aproximando de um ponto de massa crítica, do qual Tobias lhes falou há poucos dias. Existem cerca de 6,5 bilhões de seres humanos sobre a Terra atualmente. A Terra pode lidar com até 10 bilhões de humanos, considerando os atuais sistemas de produção e abastecimento de combustíveis, agricultura, medicina, ciências e tecnologia. Dez bilhões de pessoas habitarão a face da Terra em 2033, ou seja, daqui a 25 anos. Vinte e cinco anos, Shaumbra, para que se mudem os sistemas, a consciência, a tecnologia, a distribuição e os sistemas de consumo. E este é um curto período de tempo.

O Brasil desempenha um papel particularmente importante em tudo isso, por ser o centro da Energia-Mãe para a Terra. A Energia-Mãe é a energia que essencialmente assumirá a responsabilidade por todos os seres vivos neste planeta e até mesmo por alguns daqueles que vocês conhecem como as fadas, os devas e os elfos das florestas. Os “quase-invisíveis”… Eles estão lá. Eles existem. Eles verdadeiramente existem. Este território e os povos da América do Sul serão o coração da Energia-Mãe, assumindo a responsabilidade pelo meio-ambiente.

Observem o que está acontecendo agora com o meio-ambiente. Não é surpresa que haja aquecimento, alterações e mudanças... Parte disto é algo natural. Não entrem em pânico. Nunca se planejou, por exemplo - e aqui nós faremos uma declaração ousada - jamais se tencionou que as superfícies polares da Antártica - ao sul - e as do Círculo Ártico - ao norte - fossem recobertas apenas por camadas de gelo. Tais regiões dispõem de tremendas capacidades para a agricultura e para a produção de energia. E, quando digo produção de energia, não me refiro ao petróleo, mas à produção de energia cristalina e produção magnética. Não entrem em pânico por causa do meio-ambiente. Ao invés disso, assumam a responsabilidade por ele. Assumam a responsabilidade, porque quando Gaia finalmente partir, os seres humanos a deverão assumir integralmente.

Precisa haver um equilíbrio das florestas, a fim de se processarem os vários elementos atmosféricos. Todavia, além deste aspecto, as matas também são responsáveis por lidarem com uma tremenda quantidade de energia proveniente das emoções humanas e de seus processos psicológicos. As águas salgadas da Terra recobrem mais de 2/3 de sua superfície. Por que vocês acham que existe toda esta água salgada? Não é por acaso. A combinação dos sais e da água ajuda a absorver todo tipo de feridas - as emocionais, as psicológicas e as físicas, equilibrando, neutralizando e purificando as energias. E esta é a razão pela qual já lhes dissemos que se vocês precisarem remover toxinas de seus corpos físicos, tomem um banho com uma mistura leve de sal marinho natural. Além de removê-las, o banho neutralizará e purificará aquelas substâncias. E é por isso que existe tamanho volume de águas salgadas na Terra. Mas se elas ficarem poluídas e tiverem seu equilíbrio distorcido, não mais serão capazes de purificar, como agora o fazem - mudando as emoções, estabilizando as mentes e transmutando as coisas relacionadas aos traumas e dores que ocorrem sobre a Terra.

Este continente, no qual vocês vivem, guarda agora a Energia-Mãe da Terra. Além disso, ele possui valiosos recursos naturais, os quais cumprem o relevante propósito de tornar possível toda uma transformação da economia. A economia do continente, particularmente a do Brasil, está mudando muito rapidamente. E esta evolução continuará, pois aqui há seres humanos conscientes e iluminados, que estão se movimentando para que assim seja. Haverá toda uma redistribuição da riqueza, porém não através de uma abordagem comunista, mas de uma maneira natural. O Brasil e os países vizinhos são de fato importantes nesta Era da Nova Energia e se tornarão ainda mais importantes na liberação daquelas velhas energias das igrejas, bem como no desenvolvimento da nova consciência espiritual.

Tobias lhes disse nesta manhã que a própria presença de vocês pode, por si só, ajudar a facilitar a cura de outro ser humano. Quando é que vocês vão abrir suas clínicas, ou até mesmo uma sala em suas próprias casas, para começarem este trabalho? Este continente - a América do Sul - detém agora o potencial da esperança, não somente para esta região do globo, mas para toda a humanidade. Estas terras e estes países, com seus recursos naturais, recursos de consciência e recursos de Nova Energia - mais uma vez, repito: não de petróleo, mas de Nova Energia - fazem deste continente um dos territórios potencialmente mais vitais da Terra."...


E aí eu me lembrei da música do James Taylor, composta para o Rock in Rio, em 1985. Aqui com o Vídeo (participação de Milton e Naná Vasconcelos) e as letras em inglês e português:


James Taylor Lyrics
Only a Dream in Rio Lyrics

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Leituras


Acabei de ler o primeiro volume da História de Portugal de Alexandre Herculano que vai dos primórdios da ocupação da Península até os anos que antecedem o surgimento da monarquia, por volta da virada do século XI ao XII. Como sempre pego dois livros na biblioteca, trouxe também A História da Revolução Francesa de Thomas Carlyle. É claro que me interesso bastante pelo tema. Enquanto o livro de Herculano é relativamente pequeno, considerando que é apenas um dos volumes, o de Carlyle é bem grandinho. Mas li ambos.

O que acontece é que preciso abordar a questão da Revolução Francesa com um olhar um pouco menos romântico porque senão terei que abandonar o tema. A verdade é que qualquer um que tenha alguma sensibilidade fica, de alguma forma, afetado ao adentrar os detalhes e acontecimentos da Revolução. Fiquei dois dias inteiros bastante entristecido. Quando lemos uma história onde há muitas pessoas notáveis que admiramos, e as vemos, uma a uma, sendo varridas da história de forma trágica, é de fato triste. Estes personagens acabam se tornando como que amigos, temos afeição por eles. Assim é quando Heitor é morto por Aquiles na Ilíada ou quando Dido manda armar a fogueira na Eneida de Virgílio. Acho que é importante permitirmos sentir estas coisas quando de alguma experimentação artística, como é este caso da literatura. Assim mesmo como aconteceu, o sentimento (ou talvez a emoção) vem e, em seguida, deixamo-lo ir. No entanto, preciso estudar melhor esta coisa da catarse e saber porque me interesso tanto pelas tragédias. E a Revolução Francesa talvez seja a maior tragédia que o mundo já viu, se se considerarmos que nela, mais que em qualquer outro evento do mundo, tantas pessoas notáveis sucumbiram e, o mais importante e o que a caracteriza como verdadeiramente trágica, conscientemente. Conheciam o próprio destino e não o negaram. Sabiam que viviam um acontecimento fabuloso do qual não podiam se furtar, ainda que antevendo a lâmina pesada caindo por sobre o próprio pescoço. Não sei se foi Camille Desmoulin quem disse que a Revolução era como Saturno que ia devorando os próprios filhos. Devorou-os todos.

Mas, já deixada ir a tristeza, tornei à biblioteca e peguei o volume dois de Herculano que conta como se deu a criação da monarquia portuguesa no início do século XII. Estou lendo-o. Trouxe também um livro intitulado "Montaillou - povoado occitânico - 1294-1324", de Emmanuel Le Roy Ladurie. Trata da perseguição movida pela inquisição aos Cátaros ou Albigenses. A história transcorre em uma pequena aldeia perdida nos Pireneus franceses e parece que em forma de romance. Há pouca coisa sobre os Cátaros, que foram perseguidos e exterminados pela Igreja e Aristocracia de França. Ainda não o li e depois posto aqui os comentários sobre o livro.

Bem, então são estas coisas que ando lendo, juntamente com um texto de um filósofo pós-cristão pouco conhecido de nome Hérmias. O texto o estou traduzindo como trabalho final do semestre para o curso de grego. Trata-se de uma sátira aos filósofos helênicos. É interessante e, depois de corrigido e revisado, quero postar algum trecho aqui.

sábado, 17 de maio de 2008

Inês de Castro



Venho, já há algum tempo, procurando direcionar minhas aulas de arte na escola para, basicamente, duas vertentes: o lúdico, através da brincadeiras e dos jogos e a história da arte, com ênfase naquilo que se pode ver de arte na formação da cultura brasileira. Então passeio pelas origens da cultura (pré-história), pela civilização ocidental (mesopotâmia), pela religião e filosofia (Egito e Grécia) para poder criar uma base para estudar a civilização brasileira por meio da história e da arte. Há leis recentes, do governo Lula, que obrigam o ensino de cultura africana e ameríndia nas escolas. Como já venho direcionando meu trabalho para a cultura brasileira há anos, não tenho tanta dificuldade com a lei, como muitos de meus colegas professores. Há também uma falta de material didático que ainda não teve tempo de ser produzido para atender a demanda criada pela lei. Acho importante a lei. Começaram a aparecer materiais interessantes sobre a história da África que não havia antes nas escolas. Por exemplo, um livro de história da África recheado de ilustrações que tentam exemplificar os diversos tempos e espaços africanos. Ilustrações que apelam em sua grande parte à arte é claro. Mapas antigos, indumentárias, objetos diversos de madeira, barro e metal, arquitetura, etc. A grande arte metalúrgica africana, uma beleza! Tudo isto está começando a aparecer graças à lei 10.639.
No entanto, penso que há um descuido nesta história. Compreendo e não discordo da visão que se tem de que, das matrizes que compõem nossa cultura brasileira, a indígena e, principalmente, a africana foram sempre pouco ou quase nada consideradas nos currículos escolares. Mas se pode dizer que a portuguêsa o foi mais? Qual a imagem que temos ou que criamos de Portugal? Basicamente de burros. E, na escola, de escravocratas assassinos. Pouco se fala das qualidades lusitanas. Fala-se do descobrimento do Brasil, mas se cala em dizer que era Portugal a grande potência planetária da época. Acredita-se que termos sido colonizados por portugueses foi uma infelicidade, pensando alguns inclusive que seria melhor tivéssemos o sido por inglêses, franceses ou holandeses. Pura ilusão, mesmo porque seria difícil imaginar como seria um destino destes.
Me dispus a valorizar o lusitanismo na escola de EJA onde trabalho. E decidi começar com um empreendimento que considerei audacioso e, confesso, praticamente fadado ao insucesso: Estudar um trecho dos Lusíadas. Escolhi uma parte que conheço bem e que me sinto seguro para discutir e responder aos questionamentos dos alunos: O episódio de Inês de Castro, mais precisamente as estrofes de 118 à 135 do Canto III. E estou trabalhando com o texto com as duas salas de avançado (que correspondem à antiga 8ª série) e com as três de intermediário (6ª e 7ª séries). É claro que não falo nada de análise sintática. Limito-me a decifrar, junto com eles, o texto, colocando as orações em uma ordem mais fácil, adequada e possível de entendimento para estes meus alunos. Então vou, a cada verso, fazendo perguntas como: onde está o verbo, quem fez? fez o que? a quem? e coisas assim. Vocês não imaginam como tem sido surpreendente o interesse e capacidade deles de entender e apreciar o poema. Tanto a história quanto a complicada síntaxe camoniana. É que estou lendo (ditando) as estrofes aos poucos. Expliquei-lhes que seria como uma novela. Em alguns casos uma estrofe por dia, em outros duas ou até três, conforme o caso. Juntamente com o poema vou, aos poucos, contextualizando a história, situando o tempo e o espaço para eles; relacionando com outros conhecimentos que têm, como a idade média, o cristianismo, os reinados, ou mesmo e principalmente com o fato de ser uma história de amor, coisa que a todos interessa e que todos, de uma forma ou de outra, compreendem. É muito legal vê-los quebrar a cabeça para descobrir no terceiro verso da estrofe 119:
"Deste causa à molesta morte sua"
1- onde está o verbo?
2-Quem deu?
3-Deu o quê?
4-Quem é sua?
E aos poucos decifram-no. E se sentem felizes com isso. E mesmo quando não o conseguem e tenho que esclarecer-lhos, ainda assim percebem o tamanho da empreitada - principalmente para eles - e não se sentem frustrados consigo mesmos por não consegui-lo.
Estamos ainda no começo e não sei se a coisa vai ter prosseguimento, se vão se entediar, se vão ficar difíceis demais as próximas estrofes - que contêm muitas citações - ou se dará tempo de terminá-las até a segunda semana de julho. Espero que sim, que possamos terminar o trabalho proposto. Tenho um material de apoio, o documentário "O povo brasileiro", baseado no livro de Darci Ribeiro, que tem um episódio só sobre Portuga, e que conta com sua participação, já bem doente - percebe-se sua dificuldade de respirar e emitir as palavras, pois só estava com um dos pulmões a esta altura - mas ainda falando com entusiasmo sobre o Brasil, sua maior paixão. Sobre o documentário falarei em outro post. Estou pensando, inclusive, em disponibilizá-lo aqui, em partes, por meio de arquivos compactados em servidores como o rapidshare ou semelhante. Vamos ver.
Enfim, em meio a tantas dificuldades e situações agudas, de vez em quando, consegue-se avançar com a escola. São importantes estas pequenas vitórias, pois ainda que em minoria, conseguem equilibrar a balança com as derrotas, que são em número bem maior. Mas ainda assim, fica me sempre a pergunta: Esta escola tem futuro?
À que dou a seguinte resposta: Do jeito que é e que está, não.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Justiça é cega, mas escuta muito bem.



Como eu estava dizendo sobre o judiciário brasileiro ser dos mais corretos e eficientes do mundo, vejam esta notícia da revista época sobre o senador Marconi Perillo de GO, aquele que na semana retrasada era o presidente da mesa onde a ministra Dilma marcou aquele gol de placa, lembram?

Semana passada, ÉPOCA trouxe a público uma denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra o senador Marconi Perillo (PSDB) e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP). Num processo que corre em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal, o procurador denunciou a dupla goiana pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, caixa dois, exploração da máquina pública na campanha e uso de notas frias e laranjas para fraudar a prestação de contas na eleição de 2006. Agora, ÉPOCA revela com exclusividade que há mais do que isso na investigação que embasou a peça acusatória. Dentre os documentos enviados ao Ministério Público pela Polícia Federal, há novas gravações telefônicas com potencial de enredar o senador tucano em outros processos. Uma delas, em especial, levou o procurador-geral a pedir abertura de novo inquérito contra Perillo, pelo crime de tráfico de influência. Trata-se de um comprometedor diálogo com a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, do Tribunal de Justiça de Goiás, que nesta sexta-feira (16) assume a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do estado e, a partir do posto, vai comandar as eleições goianas deste ano.

Na conversa, Marconi Perillo tenta conduzir uma decisão da desembargadora num processo envolvendo a prefeitura de Itumbiara, município do interior administrado por um aliado seu. A magistrada, escolhida desembargadora pelo próprio Perillo, demonstra presteza. "O interesse é conceder ou negar a liminar?", pergunta Beatriz. Ela se nega a ser tratada com deferência. "Que vossa excelência, o quê", diz. O diálogo foi gravado no final de dezembro de 2006. Marconi havia deixado o governo nove meses antes para se dedicar à campanha ao Senado. A seguir, a conversa:

"DESEMBARGADORA: Alô.
MARCONI: DESEMBARGADORA tudo bem?
MARCONI: Ohh, ta entrando hoje uma rescisória com pedido de liminar, contra a PREFEITURA DE ITUMBIARA.
DESEMBARGADORA: Contra a prefeitura?
MARCONI: É, então ta entrando, e parece que foi distribuído para Vossa Excelência.
DESEMBARGADORA: Que Vossa Excelência o que? O problema é o seguinte, o interesse é conceder ou negar a liminar? Contra né?
MARCONI: Negar. Negar.
DESEMBARGADORA: O problema é que eu tô de férias em janeiro, se foi distribuído hoje, eu vou ligar para o assessor, pois eles estão trabalhando hoje e amanhã.
MARCONI: Já foi distribuído.
DESEMBARGADORA: Pois é, então pegar e negar, porque se não vai pro presidente
MARCONI: A senhora quer anotar o número do processo.
DESEMBARGADORA: Quero.Eu vou ser presidente dessa Câmara, a Segunda Seção Cívil.
MARCONI: Já ta na mão da senhora, já ta distribuído.
DESEMBARGADORA: Pois é, é da Segunda Seção Cível, ou é do Órgão Especial.
MARCONI: Órgão Especial ou Seção Cível? (parece estar perguntando para outra pessoa)
MARCONI: Seção Civil, viu.
DESEMBARGADORA: Ah tá, é melhor, pois é, porque eu que vou ser presidente, mas como eu tô em festa de férias, aí fica sendo o DESEMBARGADOR FELIPE, e aí vai pra ele despachar então.
MARCONI: A senhora tem que resolver hoje.
DESEMBARGADORA: É melhor, é.
MARCONI: A senhora quer anotar o número?"

A proximidade entre a desembargadora e o hoje senador Marconi Perillo vai além do fato dele tê-la nomeado para o cargo. Beatriz Figueiredo é casada com o padrinho de batismo de Perillo, Marcos Laveran, que também foi flagrado nas escutas telefônicas. Antes de passar o telefone para a desembargadora, o padrinho ouviu uma prévia do pedido. Laveran trabalhou como funcionário do gabinete da mulher até a resolução que pôs fim ao nepotismo nas repartições do Judiciário. Na transcrição, o nome dele foi reproduzido pelos agentes federais como Laverã.

"DR. MARCOS LAVERÃ: Tá na mão de quem?
MARCONI: Tá na mão aí.
DR MARCOS LAVERÃ: Oi?
MARCONI: Ta na mão, ta na sua mão aí. Ta nas mãos da desembargadora.
DR MARCOS LAVERÃ: Tá bom.
MARCONI: Você quer anotar o número?
DR MARCOS LAVERÃ: Quero, você quer falar direto com ela ou não?
MARCONI: Ela ta aí perto do Sr?
DR MARCOS LAVERÃ: Tá.
MARCONI: Não eu prefiro... aé, eu falo com ela então. (parece estar meio contrariado)
DR MARCOS LAVERÃ: Não, você que manda.
MARCONI: Não, é porque eu não queria... bom, tudo bem eu falo.
DR MARCOS LAVERÃ: Sabe o que que é?
MARCONI: Ahhh.
DR MARCOS LAVERÃ: Porque hoje não deve ter nada, por que ela vai viajar daqui a pouquinho.
MARCONI: Foi distribuído hoje uma liminar para ela.
DR MARCOS LAVERÃ: Não, então tem que conversar com ela aqui mesmo.
MARCONI: Deixa eu falar com ela então
DR MARCOS LAVERÃ: Por que ela vai viajar daqui a pouco.
MARCONI: Ela vai para onde chefe?
DR MARCOS LAVERÃ: Ela vai pra Aparecida.
MARCONI: Ah então tá bom.

(...) conversa sem interesse para investigação

DR MARCOS LAVERÃ: Eu acho que é melhor conversar com ela agora, porque aí qualquer coisa que precisar ela passa pra mim, eu to aqui junto, aqui."

A desembargadora negou a liminar.
Estamos bem servidos não é mesmo?

Aqui, ele entre amigos...


sexta-feira, 9 de maio de 2008

Algumas coisas

Esta tem sido uma semana difícil. Alguns acontecimentos agudos me deixaram um tanto triste, quase deprê mesmo. A minha vida é até tranqüila em face à maioria das pessoas. Mas estas comparações nem sempre nos consolam. Entre os agudos está a confluência de trapaças e ineficiências (no fundo é trapaça também) de três grandes corporações com as quais negocio. Uma me perdeu todos os créditos do celular, outra atrasou a entrega da fatura do cartão de crédito e me cobrou juros, multa e iof pelo atraso e a outra me prometeu um serviço de banda larga por um preço e está cobrando outro. Isto só me leva a pensar que, ou estou numa maré de azar, ou este pessoal dos bancos e das comunicações são uns grandes embromadores mesmo. Isto para ser elegante e não dizer que o que gostam mesmo é de levar o que não é deles. E já fico pensando na dor de cabeça de ter que resolver assuntos com a justiça. É claro né, justiça brasileira? ... ajuda aí ó!
Tem também as coisas do trabalho, as de sempre mesmo. Pouco dinheiro, falta de sentido e barra pesada. Ontem mataram um cara na esquina da escola com seis tiros. Um monte de gente escutou e se escondeu para não levar uma de tabela. A coisa vai indo assim do lado de fora quando do lado de dentro a coisa vai indo parecido. Dureza. Então, ainda por cima, quatro dias sem fumar. E entre uma gripe que já dura dez dias, tem aquela velha carência não resolvida. Então, para relaxar que ninguém é de ferro, um vinhozinho e um cigarrinho.
E amanhã começa tudo de novo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Com um inimigo desses...

A ministra Dilma Rousseff, respondendo ao senador Agripino Maia, do DEM, que lhe perguntou se mentiria ali também, na CPI dos cartões corporativos sobre o falso dossiê, já que havia, em entrevista recente, afirmado que tinha mentido muito sob tortura quando esteve "na cadeia" durante a ditadura militar. A resposta da ministra foi um nocaute no primeiro round. Com um inimigo desses quem precisa de amigo?

E Gaia ...



Quero postar aqui também, para ajudar a difundir, ainda que aos poucos que por aqui navegam, este texto tirado do site do jornalista Luiz Carlos Azenha, o "Vi o mundo", o qual já possui um link aqui neste blog. Não concordo com tudo que o texto do jornalista diz ( o que escreveu o texto), mas ele é muito bom. Não sei se sou tão pessimista, mas as possibilidades, as cartas estão já na mesa. Cabe a nós decidir o que fazer. Quem quiser o link está aqui.

Amyra e a quem mais interessar.
Com o fastio e o pessimismo de quem há anos escreve textos neste tom, quero apenas acrescentar um comentário:
Não creio que haja solução.
Mais.
Não creio que haja porque haver solução.
Todas as espécies tem seu tempo.
Os dinossauros sobreviveram em paz com a terra por milhões de anos.
O homem preferiu domá-la, transformá-la, subordiná-la, destruí-la.
Foi a mais forte espécie que já passou pelo planeta - até onde se saiba - e fez uso desta força para envenenar tudo.
Vai ser uma das mais rapidamente extintas (e levando outras de roldão) que já passou pelo planeta.
É lógico o processo do planeta - de Gaia, se quiserem - para se desintoxicar.
A febre existe para combater agressões ao nosso corpo.
O planeta está com febre (e não me refiro necessariamente ao aquecimento global) para nos combater.
Porque luta para sobreviver e poder continuar abrigando formas de vida menos agressivas.
E nós o agredimos.
Em meus momentos mais otimistas, também gosto de imaginar soluções.
Mas elas não passam por ajustes e sim por uma mudança conceitual tão grande que me parece impossível.
Acreditei muito no conceito das ONGs enquanto elas eram exatamente isto, ONGs.
Organizações Não Governamentais.
Infelizmente, ao mesmo tempo que algumas poucas tentaram mudar as coisas através da mudança de mentalidades, outras tantas aderiram ao "projetismo".
É projeto pra cá, é projeto pra lá, e projeto, se sabe, precisa de financiamento.
Então começou a rolar dinheiro, primeiro de grandes empresas "conscientizadas", depois dos grandes governos e por fim de todo mundo.
No Brasil chegou-se a cúmulo de criar as tais OSCIPs, que em última instância são um jeito do governo privatizar tudo o que dá trabalho.
Em um país "oscipizado", o governo se livra das áreas de cultura, meio-ambiente, destas "frescuras", e as repassa à sociedade.
Se exime. Lava as mãos. Cai fora.
E os idealistas da sociedade (geralmente os mais moços, como sempre) alegremente acreditam que isto é um avanço e botam mãos à obra.
Pouco tempo depois ou estão desiludidos ou foram cooptados.
E a consequencia disto é que as OSCIPs serão a ponte para a privatização das coisas que mais caracterizam uma nação enquanto tal:
O meio ambiente onde ela existe e sua cultura.
Duas coisas que devem ser de obrigação do Estado cuidar e proteger, e que estão sendo lentamente privatizadas.
Sou presidente de uma ONG que ano que vem vai fazer 20 anos e que já foi muito ativa.
NUNCA pedimos nem aceitamos um único centavo de qualquer governo, mesmo quando oferecido.
NUNCA. Um único.
Trabalhamos muito tempo na área de unidades de conservação, mas NUNCA pretendemos substituir, complementar ou fazer parte dos órgãos oficiais.
Nos limitamos a auxiliar sua atividade no que fosse possível, sempre subordinados aos administradores locais.
Brigando quando necessário, é claro, mas geralmente em brigas que reforçavam as chefias locais contra as burrocracias centrais.
Cansamos.
E, aos poucos, fomos percebendo que quando um assunto é comandado à distância por gente, concursada ou não, que não conhece a realidade, o fracasso é inevitável.
O Brasil e o mundo, atualmente, são governados e manipulados a partir de centros de poder que desconhecem ou, pior, querem ignorar a realidade.
Os interesses das capitais e/ou matrizes do poder estão completamente dissociados dos interesses das pessoas que fazem a sociedade.
Mas mesmo estas, em grande parte, querem mesmo é participar dos confortos do poder.
Por isso acontece o que se vê, quando alguém "chega lá": sucumbe.
Se adapta.
Se ajusta.
Cala.
Mas o planeta não quer nem saber.
Por isso, o caminho do fim (deste ciclo de vida, da dominação humana, sei lá de que) me parece inevitável.
Esta história de que o "social" deve prevalecer ao individual é puro blefe.
O individualismo altruísta seria o único caminho pelo qual a Humanidade poderia ser salvo.
Um tipo de individualismo onde as pessoas não se importariam nem tanto consigo próprias, nem tanto com o "social".
Um tipo de individualismo onde todos se preocupariam com os outros indivíduos enquanto tal, e não como massa.
Um jeito de viver onde todos tivessem rosto, personalidade.
Onde o menininho que pede esmolas na sinaleira mereceria, sim, ajuda de cada um de nós e não que fosse deixado a cargo do governo porque é um "problema social".
Não existe problema social.
Existem problemas individuais, de milhões de pessoas, de bilhões de indivíduos.
Quem se preocupa com indivíduos pode, sim, vir a mudar de atitude frente a tudo.
Quem só se precupa com o "social", com a "coletividade", com os "consumidores" ou os "eleitores", não vê pessoas nestes grupos, só massa de manobra.
E estes - que formam a grande maioria - não estão nem aí para o que está acontecendo ao planeta.
Porque vivem apenas para o presente, para o poder, para o lucro, para si em nome de todos.
É isto que está nos conduzindo ao fim.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Gaia está mostrando



Tolos são os homens ao acharem que a sua cultura é superior à natureza. Tolos são também aqueles que pensam em destruir ou mesmo salvar a terra. Essas coisas dos homens passarão, como sempre têm passado. A terra fica. Ela se cuida sozinha, como sempre se cuidou. Os homens é que precisam se cuidar. A ecologia interior vem antes do cuidado com o planeta. Gaia tem dado seus avisos, enquanto a maioria de nós continua partida e rota.

Juro que a terra será
seguramente completa
para aquele ou aquela
que for completo:
a terra continua partida e rota
só para aquela ou aquela
que continua partido e roto.

Juro não existir grandeza ou força
que não incite as da terra,
não pode haver teoria de algum valor
que não reitere a teoria da terra,
nem canto ou religião ou política,
modo de ser ou o que seja,
que apresente algum valor
a menos que se compare
com a amplitude da terra,
a menos que defronte a exatidão,
vitalidade, imparcialidade,
a retidão da terra.

(...)

Juro que vejo uma coisa melhor
que dizer o melhor:
é deixar sempre o melhor por dizer.
Quando me empenho em dizer o melhor,
descubro que não posso:
é ineficaz minha língua em seus fulcros,
meu alento não quer obedecer
aos órgãos competentes,
torno-me um homem mudo.

O melhor sobre a terra não se pode
dizer de modo algum
― tudo ou algo é melhor:
não é o que haviam previsto,
é mais barato, mais fácil, mais perto,
não é preciso tirar coisas dos lugares
que anteriormente ocupavam,
a terra é justamente tão direta
e positiva quanto era antes,
fatos, religiões, benfeitorias,
políticas, negócios, tão reais como dantes,
mas a alma é também real,
a alma é também direta e positiva,
nenhum raciocínio, nenhum experimento
a instituiu ― crescimento inegável
foi o que a instituiu.
(Walt Whitman, canto da terra girando, fragmentos, trad. Geir Campos, Folhas das folhas da relva, Ediouro, 1983)

domingo, 4 de maio de 2008

O desaparecimento



Nunca vi o Galo tão mau com um time. No ano do centenário, o mínimo que se esperava era alguma garra. No entanto, o que se viu foi um time medíocre que, na disputa com o maior rival, levou de 6 a 0. Uma vergonha. Alguns poucos milhares de tolos foram ao Mineirão assistir ao golpe de misericórdia. Não sei para quê. O que ainda pode salvar o atlético da penúria e do esquecimento é a torcida. Esquecimento sim, pois a meninada de hoje, com toda razão, não vê no Galo um time digno que compete por títulos e justifica o hino. O time que teve a maior torcida vê o arqui-rival arrebanhar as novas gerações de torcedores. Tola torcida sim, que insiste em declarar o seu amor a um time que, há quase quarenta anos, não levanta a taça mais importante do futebol brasileiro. Não se pode viver de passado. A torcida do atlético tem que acordar e, em um movimento salvador, se recusar a apoiar o time enquanto a atual diretoria não demonstrar, com a + b, que ama o escudo tanto quanto. Mas tudo é ilusão e os atleticanos estão fadados a fazer companhia aos americanos, vivendo de saudade. Para o cruzeiro que representa, sozinho e com tranquilidade, o futebol mineiro há décadas só resta comemorar.

O labirinto do fauno



Já que estamos em Espanha, vamos de cinema espanhol. "O labirinto do fauno" é um filme muito interessante. Como toda boa obra de arte, não se contenta em contar apenas uma história, mas muitas. Recheado de alegorias e metáforas, agrada a sonhadores e realistas pragmáticos. Quero dizer, tanto se pode seguir uma história real, onde em meio à uma situação de guerra, tudo parece sem sentido e sofrível, quanto se pode seguir com as fantasias da personagem principal em seu mundo de fadas, faunos, princesas e mundos encantados. Fantasias que, note-se, não a ocupavam o tempo todo e que podiam não ser tão fantasiosas assim. Não se pode dizer qual é o fio verdadeiro da história. E é precisamente nisto que se encontra a grande qualidade do filme: misturar, com inteligência, fantasia e realidade. Então temos eros e psiquê, mundos subterrâneos, reinados encantados, imortalidade, Freud, feminismo, magia, fascismo, helenismo, história de Espanha, patriarcalismo, e outras coisas mais misturadas em um mesmo caldeirão. E é isto, caros leitores e leitores que, em minha modesta opinião, consiste uma boa obra de arte, uma síntese equilibrada de coisas diferentes. Aqui se tem uma análise do filme muito mais interessante e competente que a minha. Mas assistam, apesar de aparentemente triste, nos transmite uma possibilidade maior. Boa arte, bom cinema. Recomendo.

sábado, 3 de maio de 2008

03 de maio de 1808



Goya pintou este quadro em 1814 a pedido da corte espanhola. A Espanha católica havia se livrado da presença de Napoleão, considerado o anti-cristo. A cena mostra o fuzilamento ocorrido na madrugada de 03 de maio de 1808 como represália aos levantes contra a ocupação francesa. Há toda uma alegoria no quadro, marcadamente a que oposiciona o catolicismo ao advento dos movimentos republicanos que anunciavam a morte da igreja e o laicismo do estado. Note-se a figura principal, anônima e de braços abertos, como Cristo. Com um pouco de atenção percebe-se os furos nas palmas de suas mãos. Goya já anunciava o realismo e, muito antes de Picasso, mostrou ao mundo, por meio da arte, os horrores da guerra.

O bom e velho rock and roll

Três quarentonas que ainda fazem a cabeça:

 The Beatles - While My Guitar Gently Weeps


 jimmy hendrix - voodoo child


 Creedence Clearwater Revival - I put a spell on you

quinta-feira, 1 de maio de 2008

as despedidas



Quando adolescente via muita televisão. Gostava demais de passar noites diante da telinha assistindo a filmes. Bons tempos aqueles. Aprendi um bocado sobre o cinema. Hollywood é claro. Mas naquele tempo, como ainda hoje, o cinema americano dominava. Ainda assim assisti a muitos bons filmes. Alguns inesquecíveis. Outro dia, no youtube, encontrei um trecho do "Dr. Jivago" que mostra a partida de Lara. Acho a cena de uma beleza incrível. A certeza do que tem de ser. O contraste entre a calma com que a despede e o desespero com que se precipita ao segundo andar para uma última visão da amada. Filme belo e triste, como a Rússia.



Então decidi procurar por outras cenas semelhantes, de despedida. A memória não ajudou muito. Me lembrei da cena final de "Por quem os sinos dobram", de "Casablanca", de Forrest Gump em frente ao túmulo de Jenny, de Sean Connery e Audrey Hepburn no "Robin e Marian". Destes, só a cena de "Por quem os sinos dobram" encontrei que valesse. A virtude das cenas está mais no contexto do enredo, da história do filme, do que na interpretação dos atores. Mas os olhos de Ingrid têm o seu lugar, não?
Uma pergunta aos raros visitantes: Será que alguém sabe de outras mais?

Dr. Jivago, a partida de Lara

Por quem os sinos dobram, cena final

Provérbios gregos