quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sobre nada

Uma tarde de quarta-feira de cinzas quente e abafada.
No fim irá chover.
Acabei de assistir um filme interessante.
Título em português: Paixão de suicídio ou algo parecido.
A história se passa em um planeta terra onde não há folhas, flores e frutos, apenas o chão seco e áspero. E onde ninguém sorri. Mundo dos suicidas, espécie de além reservado aos que cometem o suicídio. Tem o Tom Waits e uma brunete de cabelos à Chanel muito bonita, com o nome engraçado de Shannyn Sossamon e que adota um ar assim meio desleixado. De qualquer forma, uma belezura. Parece ser um daqueles filmes independentes de baixo orçamento. Enfim, um filme interessante.
Estou tomando uma cervejinha e a moça da limpeza apareceu em pleno feriado. Bom, vou terminar o carnaval, ao contrário de muita gente, com a casa limpa, cheirosa e organizada.
Para encerrar a abobrinha, outro soneto de Olavo Bilac, sobre o tempo:

Um cometa passava... Em luz, na penedia,
Na erva, no inseto, em tudo uma alma rebrilhava;
Entregava-se ao sol a terra, como escrava;
Ferviam sangue e seiva. E o cometa fugia...

Assolavam a terra o terremoto, a lava,
A água, o ciclone, a guerra, a fome, a epidemia;
Mas renascia o amor, o orgulho revivia,
Passavam religiões... E o cometa passava.

E fugia, riçando a ígnea cauda flava...
Fenecia uma raça; a solidão bravia
Povoava-se outra vez. E o cometa voltava...

Escoava-se o tropel das eras, dia a dia:
E tudo, desde a pedra ao homem, proclamava
A sua eternidade ! E o cometa sorria...
Por isso, não se preocupem, tudo acabará num átimo.

2 comentários:

  1. Oi Josaphat, estou voltando aos poucos pra ler os amigos, eita carnaval calorento!!!

    Ó...amo muito tudo isso

    A frase não é nada original, eu sei, mas é de coração.

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Provérbios gregos