terça-feira, 1 de abril de 2008
A violência na escola
Este ano as coisas não têm sido fáceis lá na escola. Há uma turma, em particular, que tem sofrido devido à estupidez juvenil. Um grupo de estudantes desta sala que vão à escola para tudo, menos para estudar. Conversam enquanto a gente dá alguma explicação, andam aos berros pelos corredores, falam obscenidades o tempo todo, deixam o celular no mais alto volume para poderem ligar uns para os outros durante a aula a fim de incomodar e terem a desculpa de sair de sala, quando a gente pede para se comportarem com um pouco mais de civilidade riem, debochando. Fumam maconha, crack e cheiram cocaína e entram em sala alucinados. Não fazem atividade alguma e não dão a mínima para os demais. Sinceramente, a juventude é a pior fase por que passa um ser humano, não tenho mais dúvidas. Principalmente quando o indivíduo é despossuído, alienado, egoísta, egocêntrico, pouco inteligente, agressivo, revoltado e sem-educação, entre outros defeitos mais. Hoje um deles estava atacado, dando porradas com uma correntinha nas paredes, nas mesas; entrando e saindo de sala como se estivesse em sua casa. Olhei para ele como que para entender o que devia fazer (porque nós, professores, somos quem tem que resolver este tipo de problema, como se fôssemos preparados para a tropa de choque, para sermos infantes da formação de batalha do exército armado) e aí me retornou: O que é que tá olhando professor?! Respondi que olhava para onde bem entendesse. Então ficou lá pelo fundo da sala resmungando e ameaçando que hoje, no final da aula, iria estressar. Que situação! O pior é que não vejo nenhuma luz no fim do túnel. O estado, por sentimento de culpa por uma dívida de 500 anos para com o povo, não sabe o que fazer, está engessado. Aquele ainda é de maior, o pior é quando são menores; aí é que não tem jeito mesmo. A lei determina que não pode haver punição. Então espera-se pelo pior para que algo seja feito. A diretoria da escola não pode fazer muito, ou se pode não o faz. Também teme. E a coisa vai seguindo. Enquanto isto, vou estudando para prestar concurso para outra atividade. Realmente não tenho tido mais paciência para isso...
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