sábado, 5 de abril de 2008

Tróia, o filme



















Assisti ontem ao filme Tróia, aquele em que Brad Pitt é Aquiles. Como filme de ação, gostei. Há boas cenas de batalhas e a produção dos cenários e figurinos me pareceu atender à maneira como as coisas se dispunham naquela época. Porém, do ponto de vista da arte dramática, o filme deixa muito a desejar. Brad Pitt, que quando quer consegue ser mais que um homem bonito, não parece muito interessado em sua atuação. Diane Kruger (Helena) e Orlando Bloom (Páris) são horríveis. Dentre a atuação apenas mediana dos demais, pode-se destacar as de Brian Cox (Agamenon), Eric Bana (Heitor) e a do único grande ator do filme, Peter O'Toole (Príamo). Este protagoniza a melhor cena onde o rei Príamo implora a Aquiles o corpo do filho Heitor. Embora Pitt não colabore, O"Toole carrega a cena sozinho. Vale dizer que esta passagem é uma das mais belas e tocantes da Ilíada. Quem já a leu se lembrará. Outra passagem magnífica do livro é tratada de forma que eu diria até irresponsável, como a da despedida entre Heitor, Andrômaca e Astíanax. Esta passagem é talvez a mais singela e humana de um livro onde a tônica é a guerra e o horror que esta encerra. Também não há a menor consideração pela participação dos deuses. Em Homero estes são protagonistas tão atuantes quanto os humanos e são decisivos nas lutas entre Heitor e Pátroclo, Páris e Menelau e Aquiles e Heitor. Nesta última, o filme mostra um Heitor a altura do terrível Aquiles de pés ligeiros. Homero não confere a Heitor este tamanho. No livro, Heitor, que apesar de valoroso, simplesmente foge de Aquiles que o persegue dando três voltas em torno da muralha em uma das passagens mais patéticas e humilhantes para os troianos. Um outro trecho do livro, que é também tocante pois cheia de dubiedade, foi eliminada. Logo após Agamenon ter roubado a bela Briseida do Pelida, este, à beira mar, chora de tristeza e saudade da donzela sendo consolado pela mãe, a nereida Tétis (no filme, Julie Christie, vocês se lembram, a Lara do "Doutor Jivago"). Esta passagem da epopéia me tocou e me fez refletir sobre a natureza dos grandes guerreiros. Eles não têm coragem apenas para lutar, mas para expor seus sentimentos também. O filme reduz o poema de Homero é claro. Não seria possível colocar todo o enredo (que ultrapassa em muito a própria epopéia tendo outras versões e variáveis) em duas horas de película. No entanto, não precisavam alterar o samba tanto assim, como dizia Paulinho da Viola. Com todas as maldades de Agamenon (que talvez as fosse obrigado a fazer) é absurdo colocá-lo sendo morto por Briseida, que no livro não teve maiores aparições e tendo sua importância em ser a causa da ira de Aquiles. Aliás, nem Agamenon, nem Menelau, nem o gigante Ájax morrem em terras troianas. Este último, de fato morre em Tróia, mas suicidando-se, numa história que mereceu pelo menos uma tragédia, que eu saiba, de Sófocles. No mais, senti falta de Hécuba, Cassandra, do outro Ájax, Diomedes, de Enéas (que aparece de forma ridícula) que vai ser cantado na difícil Eneida de Virgílio, de Afrodite (que a meu ver, dentro do sentido mitológico da história, é a responsável pela guerra), de Hera terrível de olhos bovinos, de Zeus e Apolo, Hefesto e seu escudo para Aquiles e tantos outros a quem acompanhamos os dramas em uma história que se dobrou e desdobrou em muitas outras no que se convencionou chamar de ciclo troiano. É uma pena que o cinema americano, que é um dos únicos que tem condições de realizar uma superprodução, tenha tão pouca sensibilidade para tratar de temas assim complexos. No entanto, vale para aqueles que os desconhecendo são apresentados aos clássicos de uma forma mais fácil e acessível.
E, lembrando-me dos primeiros versos da Ilíada onde Homero diz:

"Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, filho de Peleu, funesta, que inumeráveis dores aos Aqueus causou e muitas valorosas almas de heróis ao Hades lançou, e a eles tornou presa de cães e de todas as aves de rapina; cumpriu-se o desígnio de Zeus, o qual desde o princípio separou em discórdia o filho de Atreu, senhor de guerreiros, e o divino Aquiles."

não posso fugir de meu romantismo e esquecer a causa de tamanha e funesta ira. Assim, fico com a lembrança de Briseida, ou Briseis, ou Hipodâmia (a belíssima e boa atriz Rose Byrne) deitada, a dormir, sonhando talvez que dias melhores virão.

5 comentários:

  1. eu odeio essa mulheeeeeeeeeeeeeeeeer!!!
    que cadela!
    eu quem devia tar no lugar dela!
    e aquiles não devi morrer assim!!!!
    esse filme é iradooooooooooooooooo, tirando a parte que aquiles morre)

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  2. esse desgrasado desse aquiles tinha que morrer mesmo! pois ele não era digno dos dons que os deus o confiou profamafa templos e matavam saserdotes...em tinha em suas maos a espada da fingança não agia como heroi ...matastes um rei inosente dinate do seu reino e saira a arastalo sem compaixãoum pode odiar seu inimigo na querra mais deve respeitar a sua morte...nada melhor do que ele ter morrido pelas mãos de um covarde!

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  3. o filme troia e muito bom sem reclamaçao alguma!tambem! os caras gastaram 170 milhoes de dolares para fazer o filme,brad pitt foi muito bom no filme como aquiles,eric bana como eitor tambem foi otimo,a nota do filme e dez,muito bom o filme

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  4. eu achei o filme horrivel, e os comentarios tbm..

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