domingo, 11 de julho de 2010

Um velho e bárbaro crime



A propósito do mais recente episódio da interminável violência contra as mulheres, que vai rendendo na nossa mídia, um texto excelente na "Carta Maior":

A solidariedade masculina vista no episódio é habitual, atingindo, igualmente, a um grande conjunto de mulheres que aceitam sem qualquer problema o machismo de seus parceiros. O sexismo é uma ideologia, não tem sexo, idade, cor ou classe social. Esta solidariedade explicaria a inação das autoridades que foram alertadas deste crime anunciado pela própria vítima, que registrou o problema em uma longa entrevista incriminadora dada à maior rede de TV do país e deu queixa às autoridades. Tudo isto faz com que se compreenda sua ingenuidade relativa de vítima traída por quem poderia ajudá-la: as instituições de Estado.

No meu trabalho, escutei algumas senhoras reproduzir o velho discurso misógino-cristão: _Mas, também , uma vagabunda, que fazia até filme pornô, tinha que dar no deu!

Estou para assistir um filme que baixei há pouco da internet, chama-se "Ágora". Trata-se da história de Hipácia de Alexandria, filósofa e cientista pagã que viveu por volta do ano 400 DC. Hipácia sofreu a perseguição da nascente igreja cristã, que a assassinou barbaramente. Foi destrinchada viva e, em seguida, teve as carnes e os ossos queimados para não restarem provas do crime. A igreja canonizou seu inquisidor e assassino.
O privilégio, no entanto, não é do fundamentalismo ocidental. Fanáticos muçulmanos apedrejam e enterram-nas vivas no velho oriente.
Os gregos, que tanto admiramos, roubavam-nas núbeis para vendê-las em mercados.

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Provérbios gregos