domingo, 18 de abril de 2010

Odes de Ricardo Reis

Prazer, mas devagar,
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
os depredandos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a Erínis
que cada gozo trava.
Como um regato, mudos passageiros,
gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia. Emudeçamos.

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