Gostaria de saber quem é o autor desse trabalho, que com certeza foi inspirado em Goya e ambos nas atrocidades do exército francês. O muro, talvez, seja um dos muros originais onde parte dos comunardos foi fuzilada. Ou talvez sejam apenas os blocos de pedra, que foram removidos e aproveitados. Observa-se, se olharmos com atenção, os buracos de bala. Ou talvez seja tudo mímese mesmo. Mas achei tocante demais essa mulher, de braços e peito abertos - um dos seios nus - no auge do orgulho e coragem, como que a tentar, inutilmente, proteger quem lhe estivesse atrás e, ao mesmo tempo, dizer, num mutismo gritante, o quão covardes eram aqueles por detrás das baionetas e o quão maior éramos nós.
E aqueles rostos apagados, tênues memórias, como espectros de alguma forma ainda vivos a relatar, a dizer e a mostrar aos que passam: Vejam o quê a nossa bela humanidade gosta de, quando em vez, praticar a si mesma.
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