quinta-feira, 6 de maio de 2010

Futebol

Como não tem muito jeito nem de ler nem de dormir em dias de jogos como os de ontem, vou fazer uns comentários hoje sobre o futebol.
Há quarenta anos que torço para o Atlético. Foi meu pai que mo ensinou. Uma das muitas heranças ruins que o velho me deixou. Desculpe a franqueza, pai, donde quer você se encontre.
Digo ruim porque é um sonho impossível.
Faz mais de vinte anos que deixei um pouco de lado as agruras de torcedor fanático, daqueles de brigam por causa do time. Aqui em Minas, discutir com os cruzeirenses virou há muito uma palhaçada. Os torcedores do time da Toca conseguem ser ainda mais estúpidos que os alvi-negros pois demonstram sentir mais prazer nas derrotas do Galo do que nas vitórias de seu time.
Há uma elite no futebol brasileiro e o Galo nunca esteve nela. Minto, talvez ali entre 1970 e 1977.
Aliás, esse ano de 77 foi o marco de uma transformação sofrida pelo clube. Dali em diante foi construindo seu caminho rumo ao fracasso que o caracteriza desde então. Nunca mais se recuperou da derrota para o São Paulo.
Vou relacionar, sem muita preocupação de rigor com estatísticas oficiais e pode ser que não seja a mais correta, como entendo os times brasileiros.
A elite tem: Flamengo, Vasco, Corínthias, São Paulo, Palmeiras, Santos, Internacional, Grêmio e Cruzeiro, todos times com três ou mais títulos nacionais e internacionais.
Num segundo grupo vêm: Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Guarani, Bahia e Sport, todos uma vez campeões do campeonato brasileiro. Acho que alguns ganharam também a copa do Brasil.
No caso do Galo eu vejo um problema de natureza quase irreversível porque essencial. Se a gente pergunta qual é a essência de um time, as pessoas normalmente vão buscar o coração do time. Quase sempre elege-se para isso um jogador, mas pode ser também mais de um, ou um esquema, ou mesmo o técnico.
Mas não é. Jogadores, esquemas, técnicos vão e vêm. E o que fica?
A torcida, claro. É ela a essência do clube.
No caso do Galo a torcida é a grande responsável pelo seu fracasso.
Eu acho que tem a ver com uma certa burrice fanática de estar sempre apoiando o time, mesmo quando ele mostra não merecê-lo. E tem também um certo masoquismo. Excetuando-se os casos de influência familiar, quem decide torcer espontaneamente por um time perdedor só pode gostar de sofrer, né?
Então me parece que está entranhado na essência, no âmago do clube, o fracasso. É por isso que, mesmo tendo um time competitivo, só conhece derrota. É por isso ( e é claro que foi fundamental o auxílio dos juízes) as derrotas sofridas ante o Flamengo nos saudosos idos de Reinaldo e Cerezo. Aquele time era mais que competitivo e, ainda assim, escreveu a sina do perdedor. Foi para a panela.
Como ontem.
E aí ficamos posando de time grande face ao arqui-rival, que há muito nos deixou para trás.
Mas eles acham ótimo que nos comportemos assim:
Têm um rival à altura, na pose, para que possam se deliciar curtindo com a nossa cara, já que no campo não há rival algum, são infinitamente superiores.
E a Libertadores está aí para maiores divertimentos.
Já o campeonato brasileiro começa no Domingo para mais um sonho impossível da torcida do Atlético.
Mas está tudo no seu lugar: Vencer é o nosso ideal!

Ps. Não se enganem torcedores, o Luxa vai guardar a grana que vocês dão para no Mineirão e o Galo vai embora mais cedo como dita a tradição.
Não é culpa do Luxa, é claro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Provérbios gregos