domingo, 28 de março de 2010

Imprensa e compromisso com a verdade?



















Quando o presidente Lula reclama da imprensa, como o fez recentemente na sua projeção futurista de um estudante que, daqui a trinta anos, fizesse uma pesquisa nos tablóides de hoje e, lamentavelmente, só leria ali mentiras, esquece que a imprensa nunca foi muito diferente disso não. Já nasceu comprometida com interesses.
Da mesma forma como hoje alguém pesquisa sobre a revolução francesa, e se atraca com os textos de Marat, Hébert ou Camille Desmoulins no L'amie du peuple, no Père Duchesne ou no Vieux Cordelier respectivamente, e vai tentando descobrir ali não apenas onde estava a mentira, mas também discorrer sobre os talentos de cada um para desvirtuar ou inventar verdades que servissem aos seus propósitos (ainda que nem mesmo eles soubessem quais o fossem), terá o nosso estudante um certo trabalho.
Não quero aqui equiparar a fera Marat com o idealista Desmoulins.
O que questiono é a forma com que se dá a ação jornalística. Se Marat era essencialmente mal intencionado e se, com suas palavras impressas e faladas, foi, conscientemente, a perdição de milhares, Desmoulins também fez suas concessões à mentira, pondo também vidas a perder. Diferentemente de Marat, arrependeu-se amargamente antes de morrer.
Amargamente no sentido que lhe deu Vieira.
Isto é língua e pena que matam, afinal.
E ainda que eu me alie com blogs como o do Paulo Henrique Amorim, não posso deixar de reconhecer que ele sabe muito bem como manipular os dados para atacar aqueles de quem não gosta, como o governador de São Paulo, a quem também não aprecio: Bye-bye Serra 2010!
O que quero dizer é que jornais têm donos, que têm interesses e jornalistas são empregados. Eles todos, quando o querem, manipulam os fatos.
Mesmo os chamados independentes, esses, manipulam por ideologia pessoal.
Temos que os ler nas entrelinhas.

Um comentário:

Provérbios gregos