A bruxa ontem voltou. Entrou pela janela silenciosamente. Só a percebi pelo ponto negro estranho, fora da rotina, que o canto do olho viu, no pouco observado teto do quarto. Era enorme e, após estreitá-la com o olhar, ficou ansiosa, não mais parou em canto algum. Bruxuleou para cá e para lá. Não me deixou ler nem dormir, pousava em minhas pernas e rodopiava sobre minha cabeça na escuridão da noite apagada.
Vi-lhe, por um momento, com clareza, o corpo, a cabeça, as patas, os olhos, as belas, negras e largas asas.
Há, certamente, algo de mais profundo nisso.
Talvez eu a tenha invocado.
Escutei por várias vezes isto antes:
Eu conheço essa bruxa, ela de vez em quando também pousa aqui, e não há nada que se possa fazer.
ResponderExcluir