segunda-feira, 17 de março de 2008

Memórias de um médico


Há pouco mais de vinte anos me foi apresentado um livro. Na verdade eram cinco livros, ou quatro. Talvez mais, ou menos. Este livro se chamava "Memórias de um médico". De quem? Do príncipe dos romancistas, como era chamado Alexandre Dumas, o pai. Sabia que era um livro grande, composto de vários volumes. Na verdade são apenas quatro, a saber: José Bálsamo, O colar da rainha, Ângelo Pitou e A condessa de Charny. Este último foi dividido, por sua vez, em outros dois: A condessa de charny e O cavaleiro da casa vermelha. Não pude lê-lo na ocasião, pois me vi obrigado a abandonar a sociedade, na qual, em sua biblioteca, estava a atrativa epopéia. Pois bem, no começo deste ano de 2008, envolvido em histórias de reis e princesas, me lembrei dos já quase esquecidos livros. Resolvi encontrá-los. Em português, descobri impressas duas edições na biblioteca pública. Uma, composta de vários volumes, onde os quatro livros são desmembrados de acordo com o tamanho de cada um, para que a coleção fosse composta de volumes mais ou menos do mesmo tamanho. Capa dura, folhas amareladas pelo tempo. Infelizmente, como acontece com vários clássicos do acervo da bilbioteca, faltavam dois ou três volumes. Portanto, descartei. A outra edição, que era uma coleção completa das obras do escritor francês, estava completa. Capa dura, de cor vermelha, mais de dez volumes. Cada um com mil e oitocentas páginas. As folhas são aquelas que parecem de seda, como das bíblias. Era uma bíblia mesmo. A caixa das letras, algo como 4 ou 5. Portanto, bem menor do que esta em que vos escrevo, caro leitor ou leitora. O livro a que estamos nos referindo ocupa os volumes V, VI e metade do VII. Gastei coisa de um mês na empreitada. Amigos, coisa louca é a literatura. Quando gosto de um livro, não consigo parar de lê-lo. Como ando com tempo livre, trabalhando só um horário, isto não foi problema. Mas teve momentos em que abusei. Há uns dias atrás, me vi varando a noite na leitura e só parei quando vi a aurora de róseos dedos entrando pelas cortinas entreabertas de minha janela. Estão vendo como estou poético? hehehe. Adormeci de cansaço físico, mental e emocional.
Terminei a leitura hoje. Me sinto vazio como quando me acontece uma perda de amor. Assim é sempre quando acabo um livro que amo. Sim, porque, como disse, é como um amor, quando se acaba, se sofre. Não vou falar sobre este livro magistral hoje não. Preciso que se me dê um tempo para digeri-lo. Mas prometo que, para estes dias, farei uma postagem tentando explicar o porquê deste romance ter sido tão importante para mim. As coisas terríveis não se esquecem.

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